O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, afirmou nesta segunda-feira (2) que a instituição pretende lançar “Blue Bonds”, ou “títulos azuis”, para estimular a preservação dos oceanos. Esses títulos seriam equivalentes aos “Green Bonds” (“títulos verdes”), que o banco emitiu em 2017.
Os recursos destes títulos verdes, emitidos no mercado internacional, com prazo de sete anos e valor de US$ 1 bilhão, destinavam-se a financiar investimentos relacionados a projetos de energia eólica e solar.
O governo federal também lançou seus títulos verdes, em 2023 e 2024, que renderam, juntos, US$ 4 bilhões.
“Estamos conversando com várias autoridades internacionais para ver se, na COP 30, a gente consegue também lançar o Blue Bonds. Tem o Green Bonds, o Bônus Verde. Por que não Bônus Azul? Por que, com toda essa economia do mar, a gente não consegue lançar títulos para preservar, para financiar e o mercado financeiro ajudar a viabilizar?”, disse Mercadante, em evento sobre financiamento de projetos de preservação da biodiversidade no oceano, no Rio de Janeiro.
Segundo a diretora Socioambiental do BNDES, Tereza Campello, para cuidar dos oceanos, são necessários bilhões de reais. “Estamos aportando recursos que nunca ninguém aportou antes, de R$ 350 milhões, no programa BNDES Azul [voltado para a preservação dos oceanos]. Mas nós precisamos de bilhões para cuidar do oceano. Estamos dando um primeiro passo estratégico com recursos próprios do banco, mas eles são absolutamente insuficientes para dar conta de toda a transição que nós precisamos fazer [por exemplo] para a descarbonização da nossa frota [de navios]”.