O mais profundo é a pele é o tema da exposição fotográfica que começa nesta sexta-feira (30) no Museu da Diversidade Sexual. Gratuita, a mostra trata do envelhecimento de pessoas LGBTQIA+ e faz parte da programação de eventos da Parada SP.
As fotografias são assinadas por Rafael Medida, que registrou a realidade dos corpos envelhecidos, por meio da nudez. No total, 25 pessoas foram fotografadas, contemplando todas as letras da sigla LGBT, como lésbicas, gays e pessoas trans, além de diferentes corpos e tons de pele.
Grandes nomes da comunidade também fazem parte das fotografias, como a artista e maquiadora Gretta Star, o ator e roteirista Leo Moreira Sá e a drag queen Mama Darling.
“Quando eu tinha uns 20 anos, não havia muitos exemplos ao meu redor ou na mídia sobre o que era um homem gay mais velho, dos seus 50, 60, 70 anos. Comecei a pesquisar essa questão e entendi que os motivos eram a crise de HIV/Aids e o contexto violento na comunidade, motivos pelos quais era mais difícil chegar até certa idade”, disse Medida.
“Hoje acredito que vivemos um outro momento e é oportuno contar essas histórias e mostrar esses corpos. Mas também, pensar em outra maneira de envelhecer além das ideias de que a vida acabou, e que não é mais possível sonhar e amar”.
A exposição apresenta uma instalação de vídeo, que permite aos visitantes conhecer as histórias das pessoas fotografadas e suas percepções sobre envelhecer.
“Embora a foto transpareça em certa medida o encontro, eu sempre sentia que tinha tanta coisa ‘alí’. Então, quando foi essa questão do envelhecimento, eu achei que precisava de um outro suporte para a gente ouvir essas histórias”, explica Rafael.
A exposição dialoga diretamente com o tema da Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo, Envelhecer LGBT+: Memória, Resistência e Futuro, que acontecerá no dia 22 de junho, na Avenida Paulista.
Segundo o curador da exposição e diretor de Comunicação da Associação da Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo, “no ano em que a Parada do Orgulho LGBT+ propõe a discussão sobre envelhecimento LGBT+, o Museu da Diversidade Sexual se alinha com uma resposta visual e emocional”.
“É urgente nomear e valorizar as velhices LGBT+ não apenas como uma etapa da vida, mas como uma forma de existência que, até muito recentemente, parecia inalcançável para a maioria de nós”, disse.
“Nossos corpos, nossas trajetórias e nossos afetos foram historicamente expulsos da ideia de futuro. Por isso, ver pessoas LGBT+ envelhecendo hoje e ver com beleza, com desejo, com afeto, é um acontecimento histórico”, afirma. Fischer.
A exposição ficará aberta para visitação até 31 de agosto. O Museu da Diversidade Sexual fica na Praça da República, 299, em São Paulo, e funciona de terça-feira a domingo, das 10h às 18h.
Ingressos podem ser obtidos de forma gratuita na plataforma Sympla.
* Estagiário sob supervisão de Eduardo Luiz Correia