3 de março de 2024
O alerta lançado pelo presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), em Malanje, do risco que os angolanos podem estar correndo em se habituarem à pobreza e de se acomodarem à miséria, está a ser considerado por analistas políticos em Luanda como uma reclamação legítima e um possível desportar dos cidadãos.
Dom José Manuel Imbamba baseou-se de relatórios das dioceses e estudos sobre a realidade social que ilustram bem este quadro, a vida das famílias e dos cidadãos, que não está fácil.
Para o prelado católico, a sociedade vive hoje uma era de fragmentação da consciência em relação às referências éticas, tendo referido, por outro lado, que a fragmentação da consciência em relação às referências éticas atingiu “níveis degradantes e irresponsáveis que se traduzem na corrosão, nepotismo, compadrio, amiguismo, clubismo e na vandalização e dilapidação dos bens públicos.
O presidente da CEAST disse também que a produção interna “continua manietada”, a especulação dos preços dos produtos básicos continua em alta, afetando drasticamente o poder de compra dos cidadãos, as empresas angolanas continuam asfixiadas e muitas moribundas “por falta de ética”.
Criticou ainda os cidadãos que, do seu ponto de vista, “vão perdendo o respeito pelas instituições”, dizendo que a política já não visa o bem dos cidadãos, mas sim dos militantes. Por falta de ética a religião tornou-se comércio e muitas igrejas transformaram-se em espaços de depravação, violência e desnorteio.
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